O alerta da década de 2001 a 2010 para o futuro

O mundo experimentou extremos climáticos sem precedentes de alto impacto durante a década de 2001 a 2010, que foi a mais quente desde o início das medições modernas, em 1850. Mais recordes nacionais de temperatura foram registrados no período do que em qualquer década anterior. As constatações preocupantes integram um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

O estudo, intitulado “Clima global 2001-2010: Uma Década de eventos climáticos extremos”, analisou as temperaturas globais e regionais e a precipitação, bem como eventos extremos, como as ondas de calor na Europa e na Rússia, o furacão Katrina nos Estados Unidos, as secas na Bacia Amazônica, na Austrália e na África Oriental e as inundações no Paquistão.

Muitas pesquisas estão sendo conduzidas para saber se é possível atribuir eventos extremos à mudança climática em vez de uma variabilidade natural. Cientistas concluem cada vez mais que a probabilidade de ocorrer um evento do tipo cresceu substancialmente com o aumento das temperaturas globais. Portanto, alerta o estudo, é importante fortalecer a ciência do clima e usá-la para ajudar as sociedades a se adaptarem à mudança climática.

A década mais quente

A primeira década do século XXI foi a mais quente em ambos os hemisférios, tanto em terra quanto nos oceanos, indica o estudo. A temperatura média global entre 2001 e 2010 foi estimada em 14,47°C, 0,47°C acima da média registrada entre 1961 e 1990. Todos os anos da década, com exceção de 2008, estão entre os 10 anos mais quentes já registrados. O recorde foi 2010, com uma temperatura estimada em 0,54 ° C acima da média global, de 14,0 ° C no período de 1961-1990.

Degelo recorde

O calor recorde foi acompanhado por um rápido declínio no gelo do mar Ártico e da perda recorde na Groenlândia e nos lençóis de gelo da Antártida. Como resultado deste derretimento e da expansão térmica da água, o nível médio global do mar aumentou cerca de 3 milímetros por ano, cerca de duas vezes a tendência observada no século 20, de 1,6 mm por ano.

 Aumento da concentração de gases feito estufa

O relatório da OMM traça ainda o aumento das concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa. A concentração média global de dióxido de carbono na atmosfera subiu para 389 partes por milhão em 2010 (um aumento de 39% desde o início da era industrial em 1750).

Já a concentração de metano, um gás de efeito estufa 21 vezes mais potente que o CO2, subiu para 1808 partes por bilhão (158%) e o óxido nitroso para 323,2 partes por bilhão (20%).

“Dez anos é o prazo mínimo possível para avaliações significativas da mudança climática”, disse o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud. “O relatório mostra que o aquecimento global foi significativo 1971-2010 e que a taxa de crescimento entre 1991 e 2010 foi sem precedentes.

O aumento das concentrações de gases de efeito estufa retêm o calor, o que está alterando o nosso clima, com profundas implicações para o ambiente e os oceanos”.

O relatório de 100 páginas incorpora os resultados de um levantamento único feito por 139 de Serviços Nacionais Meteorológicos e Hidrológicos, dados socioeconômicos e análise de diversas agências das Nações Unidas e parceiros. Segundo a OMM, a perspectiva da década torna possível avaliar as tendências no sistema climático e antecipar o futuro.

Os ciclones tropicais

Entre 2001 e 2010, houve 511 eventos relacionados com o ciclone tropical, que resultou em um total de quase 170 mil mortos, mais de 250 milhões de pessoas afetadas e prejuízos econômicos estimados de 380 bilhões de dólares.

De acordo com o Noaa, 2001-2010 foi a década mais ativa desde 1855 em termos de ciclones tropicais na bacia do Atlântico Norte. Uma média de 15 tempestades por ano foi registrada, bem acima da média de longo prazo de 12 anos

O Oceano Índico Norte registrou o pior ciclone tropical da década, quando os ventos de Nargis atingiram Mianmar no início de maio de 2008, deixando mais de 138 mil mortos e desaparecidos.

Saldo pertubador

Durante a década em questão, mais de 370 mil pessoas morreram como resultado de condições meteorológicas extremas, incluindo ondas de calor, vagas de frio, secas, tempestades e inundações, de acordo com os dados fornecidos pelo Centro de Investigação sobre a Epidemiologia dos Desastres (CRED). Este saldo foi 20% superior aos falecimentos relacionado s à fenômenos do clima no período de 1991 a 2000.

Segundo o estudo, este aumento deve-se, principalmente, à onda de calor na Europa de 2003 e de 2010, na Rússia, que contribuiu para um aumento de mais de 2000 % no número de mortos no mundo por ondas de calor (de menos de 6 mil em 1991-2000 para 136 mil em 2001 – 2010).

Por outro lado, houve uma queda de 16% no número de mortes devido a tempestades e queda de 43% no número de mortes por inundações, graças principalmente à melhoria dos sistemas de alerta precoce e aumento da resiliência das cidades.

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22 sinais de que a Terra está em apuros

Para muitos, a mudança climáticapode parecer um problema distante, vago e complexo a ser resolvido pelas próximas gerações. Mas o ritmo das transformações pelas quais o mundo vem passando está se acelerando e seria um perigo ignorar isso. “São mudanças que deixam marcas reais e muitas vezes doloridas sobre as pessoas, os animais, os ecossistemas e os recursos naturais dos quais todos nós dependemos”, afirma a campanha mundial lançada neste 22 de abril em homenagem ao Dia da Terra. Conheça nos próximos slides alguns dos sinais de que o planeta está passando por maus bocados e de que a humanidade pode ser tão culpada quanto vítima dessa transição.

Está cada vez mais quente

O ano de 2012 foi o nono mais quente desde que os cientistas começaram a registrar a temperatura da Terra, em 1850, somando-se à série histórica de anos com temperaturas recordes – registradas entre 2001 e 2011.

A média da temperatura do ano passado foi de 14,6 graus, 0,8 grau a mais que em 1880, segundo análise da Nasa. Com o aumento das concentrações de gases efeito estufa a situação pode piorar.

Desertificação afeta 168 países

A transformação de áreas em desertos é um fenômeno que já afeta 168 país no mundo hoje, ante 110 nações duas décadas atrás. Só na África, a degradação da terra compromete entre 4% e 12% do PIB agrícola, segundo projeções da ONU. Nos EUA, a seca severa já custa 490 milhões de dólares ao ano e afeta uma área três vezes o tamanho da Suíça.

Zonas mortas

Atualmente, existem cerca de 500 zonas mortas no mundo, que cobrem mais de 245 mil quilômetros quadrados, quase a superfície inteira do Reino Unido. São zonas litorâneas onde a vida marinha foi praticamente sufocada pela poluição.

Emissões não param de subir

As emissões de gases de efeito estufa, vilões do aquecimento global, não param de crescer. Elas alcançaram novos níveis recordes em 2011, segundo a Organização Meteorológica Mundial. Para se ter uma ideia, as emissões de CO2 subiram 2,5 por cento em 2011, atingindo 34 bilhões de toneladas.

Já a sua concentração na atmosfera aumentou no 2,0 ppm (partes por milhão), depois de subir 2,3 ppm em 2010. O CO2 é responsável por 85% do aquecimento global registrado nos últimos 10 anos.

Energia de hoje é tão suja quanto há 20 anos

O desenvolvimento mundial das tecnologias de energia limpa continua bem abaixo do nível necessário para evitar os piores impactos das mudanças climáticas, advertiu a Agência Internacional de Energia (AIE), em seu relatório anual sobre o progresso de fontes limpas. Na prática, os investimentos bilionários já realizados em prol de tecnologias mais limpas está sendo anulado pelo crescimento do uso de fontes sujas. Para se ter uma ideia do descompasso, enquanto a geração de combustível não-fóssil cresceu cerca de um quarto entre 2000 e 2010, o aumento da geração a partir do carvão no mesmo período foi de 45%.

Ar irrespirável

A poluição do ar nas grandes cidades tem alcançado níveis nada seguros para a saúde humana. Por ano, em todo o mundo, mais de 3 milhões de pessoas morrem em decorrência da poluição atmosférica. Em muitos países não existe qualquer regulamentação da qualidade do ar e, quando elas existem, as normas nacionais e sua aplicação variam muito.

Rios de água suja

A cada 20 segundos, uma criança morre de doenças diarreicas, em grande parte evitáveis por meio de saneamento adequado, melhor higiene e acesso a água segura. Por ano, 1,5 milhão de crianças morrem do mesmo problema. Todos os anos, 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água, à falta de saneamento e à ausência de políticas de higiene, segundo a ONU.

Derretimento recorde afeta as geleiras…

Quatro trilhões de toneladas. Esse é o volume estimado de gelo que derreteu ao longo dos últimos 20 anos na Groelândia e na Antártica, segundo um estudo realizado por uma equipe internacional de pesquisadores apoiados pela NASA e pela Agência Espacial Europeia (ESA). O volume de gelo que virou água no período contribuiu para o aumento de 11 milímetros no nível do mar, uma forte evidência do aquecimento global. E vem mais por aí. Juntas, essas duas camadas estão perdendo até três vezes mais gelo por ano (equivalente a um aumento de 0,95 milímetros no nível do mar) do que na década de 1990 (com aumento de 0,27 milímetros). Cerca de dois terços da perda está vindo da Groenlândia, e o restante da Antártica.

…e o degelo está 10 vezes mais rápido

O degelo da Antártica durante o verão está acontecendo num ritmo 10 vezes mais rápido que há 600 anos, segundo um estudo internacional publicado na revista Nature Geoscience. Embora o aquecimento também tenha causas naturais e aconteça de forma regular há centenas de anos, o degelo se intensificou nos últimos 50 anos, a medida que aumentava a atividade industrial no mundo.

Em contrapartida, o mar sobe…

Um estudo recente relaciona a elevação do Pacífico às mudanças climáticas. As águas subiram cerca de 20 centímetros nos últimos 200 anos. Segundo os pesquisadores, os maiores picos na elevação do nível do mar aconteceram entre 1910 e 1990, o que pode estar vinculado a intensificação das atividades industriais.

O Atlântico também está subindo. De acordo com um estudo publicado pela revista Nature Climate Change, o nível do mar em uma faixa costeira atlântica nos Estados Unidos, incluindo as cidades de Nova York e Boston, aumenta até quatro vezes mais rapidamente do que a média mundial.

…e também “salga”

Uma pesquisa feita por cientistas australianos sugere que as mudanças climáticas podem estar afetando o ciclo hídrico da Terra. A suposição vem do fato de, nos últimos 50 anos, a concentração de sal nos corpos de água do planeta ter mudado de forma muito rápida. Enquanto algumas áreas, como a costa do Pacífico da América do Norte à Rússia, ficaram mais doces, outras estão mais salgadas, caso do Atlântico. A co-autora da pesquisa, Susan Wijffels, afirmou que os números são reveladores porque a salinidade era indicativa de mudanças no ciclo de chuva e evaporação.

Os corais pedem ajuda

A maior barreira de corais do planeta vive uma crise ambiental sem precedentes. Relatório recente mostra que a Grande Barreira de Corais Australiana já perdeu mais da metade de sua cobertura (50,7%) nos últimos 27 anos. E, se nada for feito na próxima década, podem restar apenas 5% da formação no ano de 2022. Não para aí. Segundo pesquisa global com mais de 700 espécies de corais, aproximadamente 33 % delas estão ameaçadas de extinção com o crescente aumento de temperatura do planeta

1 em cada 5 vertebrados corre risco

Uma pesquisa publicada na revista Science mostra que as populações de mamíferos, aves, anfíbios, répteis e espécies de peixes apresentou queda de 40% nos últimos 40 anos. De acordo com o relatório “A Perda das Espécies”, realizado em conjunto por mais de 100 zoólogos e botânicos de todo o mundo, a cada semana, uma nova espécie é adicionada à

lista de ameaçadas de extinção, risco que atinge um quinto dos vertebrados do mundo.

Múltiplos fatores têm contribuído para o desaparecimento de animais, entre eles a conversão de terra agrícola, exploração excessiva, crescimento populacional, a poluição e o impacto de espécies exóticas invasoras.

Espécies estão “perdendo o rumo”

A elevação das temperaturas tem causado o que os cientistas chamam de “estresse térmico” no mundo animal. Durante vinte anos, pesquisadores europeus vêm estudando o movimento de populações de aves e borboletas no continente frente às mudanças cada vez mais constantes no clima. O resultado preocupa: os animais simplesmente não conseguem migrar na velocidade necessária para habitats com condições propícias para alimentação e procriação e correm risco de desaparecer ao se concentrarem em regiões com clima mais hostil. Ou seja, as aves e borboletas europeias estão voando para longe de seus habitats mais adequados, sofrendo com o tal “estresse térmico”.

Eventos extremos – e caros

De acordo com um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), as catástrofes ambientais causaram um prejuízo recorde de 138 bilhões de dólares para a economia mundial em 2012. O furacão Sandy foi o mais caro, custando 50 bilhões para economia americana. Tufão Bopha nas Filipinas deixou 1901 mortos.

O uso desgovernado de pesticidas preocupa…

O mundo está vivendo um boom no uso de pesticidas na agricultura, que é liderado pelo Brasil. Por aqui, a aplicação de agrotóxicos nas culturas cresceu nada menos do que 190% entre 2009 e 2010, enquanto no resto do mundo o mercado se expandiu 93%. Na ponta do lápis, o país consome 19% de todos os pesticidas usados no mundo.

…assim como a poluição por nitrogênio

Desde 1990, a China tornou-se o maior consumidor de fertilizantes nitrogenados do mundo, que, apesar de ajudarem no crescimento rápido do cultivo, aumentando a oferta de alimentos, também poluem e deterioram o solo quando usados de forma indiscriminada. Um estudo publicado pela revista Nature indica que a poluição por nitrogênio aumentou 60% em 30 anos no país, uma ameaça para os ecossistemas e a saúde humana.

Mudanças radicais à mesa

Um estudo feito pelo Grupo Internacional de Consulta em Pesquisa Agrícola (CGIAR, na sigla em inglês) para as Nações Unidas sugere que o aquecimento global pode comprometer, até 2050, cerca de 20% da produção trigo, arroz e milho – as três commodities agrícolas mais importantes e que estão na base de metade das calorias consumidas por um ser humano.

É uma perda preocupante, contra a qual será preciso lutar, sob a dura pena de mergulhar bilhões de pessoas na fome – um mal que atinge um em cada sete habitantes do planeta.

Toneladas de alimentos vão pro lixo

Um estudo revela que entre 30 e 50% dos alimentos disponíveis no mundo não são consumidos, o que se traduz no desperdício de até 2 bilhões de toneladas de comida por ano. Segundo o relatório Global Food; Waste not, Want not,  o desperdício é fruto de condições inadequadas de armazenamento e transporte, adoção de prazos de validade curtos, ou compra excessiva por parte dos consumidores. Outro problema é a preferência dos supermercados por alimentos “perfeitos” em termos de formato, cor e tamanho.

Entulho pós-moderno só aumenta

O acesso fácil às tecnologias modernas tem um efeito colateral difícil de se digerir. Anualmente, segundo dados da ONU, o mundo gera em média 40 milhões de toneladas de lixoeletrônico por ano. A maior parte vem de países emergentes, como o Brasil, que ainda não possuem sistema de gestão eficiente para lidar com esse tipo de material. Artefatos eletroeletrônicos contêm materiais que demoram a se decompor – plástico, metal e vidro – e outros altamente prejudiciais à saúde, como mercúrio, chumbo, cádmio, manganês e níquel.

Vai faltar planeta

Já somos sete bilhões de pessoas no mundo, comendo, usando energia, poluindo e consumindo cada vez mais produtos em um planeta finito. A pressão sobre os recursos naturais só aumenta. Segundo o Global Footprint Network, uma organização de pesquisa que mede a pegada ecológica do homem no planeta, a diferença entre a capacidade de regeneração da natureza e o consumo humano gera um saldo ecológico negativo que vem se acumulando desde a década de 80, também estimulado pelo crescimento populacional

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Ano Internacional da Cooperação pela Água e as inovações tecnológicas

Estamos no Ano Internacional da Cooperação pela Água, e nem precisamos alertar novamente para os ricos do desperdício e da poluição das águas, não é?

Com 11% da população mundial sem acesso a água potável, muitas pessoas ainda gastam água acima do recomendado, com banhos demorados, torneiras abertas e mangueiras jorrando no quintal.

Para auxiliar no combate ao desperdício, algumas empresas vem inovando na tecnologia, afim de deixar seus produtos mais sustentáveis.

Os australianos, por exemplo, estão desenvolvendo um chuveiro  econômico que utiliza ar, e o melhor: proporcionando a mesma sensação de conforto de um banho com alta pressão. O funcionamento é simples: a tubeira puxa o ar para dentro da corrente de água, deixando as gotas d’água “vazias”. O resultado é incrível: economia de 50%!!!


chuveiro-600

Aqui no Brasil, a empresa Electrolux desenvolveu a primeira lavadora com reservatório que economiza até 45% de água e utiliza plástico de etanol em sua composição. Com o Eco Reservatório, tecnologia pioneira que permite a reutilização da água do enxágue para uma nova lavagem, a marca aproxima-se do conceito eco-friendly.

Use a tecnologia a favor da natureza e ajude a preservar a água potável.

 

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